Quando cheguei ao M.C.C. dei-me conta que muitos cursilhistas tinham descoberto como Jesus do pouco fazia muito. Por isso, era ver cristãos nas associações, nas conferências vicentinas, nos projetos sociais da paróquia ou da sociedade civil; ainda, presença em ações promovidas por instituições de socorro a emergências derivadas de catástrofes. E como do pouco que tinham, aprenderam a partilhar, a ser solidários e a realizar a caridade. Sobretudo, senti como eram felizes ao fazer como Jesus fazia “em favor do seu povo”.
Urge voltar às páginas do Evangelho. Urge voltar à redescoberta do mandamento novo. Para tal, importa arrepiar caminhos e voltar à vida. Eu sei que, também hoje, há gente de coração generoso, que não fica só pelos trabalhos da sua paróquia. Mas, sim, para além da paróquia, são gente que “gasta” do seu tempo na solidariedade. É verdade. Temos todos de ser cristãos empenhados na causa do amor ao outro; o mesmo é dizer do amor a Jesus. Saiamos do nosso pequeno comodismo, do nosso pequeno mundo, que não leva a lado nenhum. Não digamos “já fiz muito, agora é com os outros”. Não fiquemos de braços cruzados. Não fiquemos na lamúria, no dizer mal sistematicamente dos outros. A hora é de arregaçar as mangas. Como muitas vezes dizeis, a hora é de “tirar as pantufas”. “Dai-lhes vós de comer”, continua Jesus a dizer hoje.
Janeiro 2014
Pe José Lopes Baptista