O senhor Bispo de Bragança-Miranda, D. José Cordeiro, disse que uma das propostas para viver o Jubileu da Misericórdia na sua diocese consiste na “objeção de consciência às murmurações”. E acrescentou: “Estamos a propor ao presbitério, aos secretariados, aos serviços, aos movimentos e às várias comissões, uma objeção de consciência às murmurações, contra o falar mal dos outros”.
Já o Papa Francisco chamara a atenção das pessoas da Igreja para esta praga e doença grave e, consequentemente, para este pecado. De fato sentimos que hoje se encontra bastante em voga dizer mal, murmurar, coscuvilhar de tudo e de todos. Também entre nós. E não somente dos outros e, nestes, os do mundo político. Como muitas vezes se diz, entre nós parece que “não se olha a meios para atingir os seus fins”. E a maioria desses meios e fins são mesmo maus. Eis por que D. José Cordeiro diz que tal “lesa as pessoas, os ambientes e as comunidades e não nos torna mais irmãos”. Importa, pois, e cada vez mais, entre nós, “cultivar o dizer bem”. É urgente a promoção desta cultura de dizer bem, de falar do bem que o outro é, das suas virtudes e capacidades.
Quem ousar correr contra a maré, não autorizando que, junto de si, se fale da vida alheia e se diga sempre mal dos outros, naturalmente fará a experiência do desconforto que tal provoca. Porém, trata-se de um desconforto saudável. O resultado final, assim pensamos, será bom, pois, como sublinhou o senhor Bispo, “podemos aproximar o mais possível as portas das pessoas e as pessoas das portas da misericórdia, neste vasto território, e dar esta possibilidade a todos”.
Fevereiro 2016
P. José Baptista